segunda-feira, 22 de abril de 2013



                                      LUTERO - ANÁLISE DO FILME



   "Lutero" (2003) foi filmado e se passa quase que por completo em locações alemãs porém não detalha profundamente os estilos arquitetônicos e ambientes da época. A análise tomará uma abordagem mais voltada ao estudo da arquitetura antiga alemã e espaços comuns da época sem deixar de lado qualquer influência ou pedaços da cultura romana presentes.


                         ARQUITETURA NA ALEMANHA MEDIEVAL

   Em relação à arquitetura Bizantino-românica não foi possível identificar nenhum exemplar próprio durante o filme, apenas características que foram assimiladas pela cultura alemã, a película se passa entre os anos 1507 e 1530 (aproximadamente) e as primeiras construções de tal estilo na Alemanha são datadas de 1840 (movimento Neo-Bizantino).

             
            Arquitetura
            Pré-românica
  
Erfurt 1507 - exemplo de arquitetura pré-românica
   A Alemanha, assim como grande parte da Europa Ocidental sofreu grande influência de Roma no passado, usando a arquitetura para evidenciar tal influência podemos concluir que vários dos movimentos germânicos, mesmo os mais antigos, tentam emular de alguma forma as características da arquitetura romana. A Renascença Carolíngia (período de renovação cultural e intelectual ocorrida entre os séculos VIII e IX) introduziu um tipo de arquitetura homônima ao norte europeu que mesmo copiando fortemente o movimento bizantino ainda conseguia trazer algo de novo em suas estruturas, o mesmo ocorre com a arquitetura Otoniana, estilo típico que surgiu durante o reino do Imperador Otto (936-975) e que copia muito dos estilos carolíngio e bizantino mas que, ao contrário da arquitetura Românica, ainda preserva bastante de sua herança cultural.

Castelo na cidade de Worms

                                                       
                                              Arquitetura Românica

   Foi por volta do século X que a arquitetura românica toma forma, muitas das igrejas e mosteiros alemães datam dessa época, sendo assim o movimento mais presente durante o filme.
   Foi um estilo tão difuso na Europa que é considerado por muitos o primeiro estilo pan-europeu desde a arquitetura Imperial Romana, combinando características de construções romanas e bizantinas como arcos circulares, paredes espessas e grandes torres, pode variar bastante em materiais e estrutura dependendo da região. Um exemplo seria a Igreja de Santa Maria, comumente conhecida como a "igreja mãe da reforma protestante", onde Lutero normalmente pregava, se casou em 1525 e teve seus 6 filhos batizados.
 
Stadtkirche - Wittenberg, Alemanha
Stadtkirche - Wittenberg, Alemanha




Gárgulas
   Uma das poucas imagens presentes no filme referente à arquitetura Gótica é a dos Gárgulas - Uma das interpretações mais comuns para seu emprego seria a de que "todo mau deve ficar do muro da igreja pra fora", dando assim uma maior segurança aos fiéis que entrassem no recinto. Outras interpretações variam muito entre uso objetivo e simbolismos recorrentes nas obras literárias.



                                           ESPAÇOS COTIDIANOS

   Mosteiros - Dos vários tipos existentes o mais pertinente à análise seria o da Ordem Agostiniana, já que o estilo de vida dos monges é de várias formas referenciado durante o filme.
   
Mosteiro em Erfurt
   Lutero após se devotar à Santa Ana se enclausura em um mosteiro na cidade de Erfurt no dia 17 de Julho de 1505, lá ele viveu a vida de abstinência, rezas e confissões de qualquer monge. Em suas próprias palavras: "Se é possível alguém ganhar o céu como monge, então eu certamente o fiz", descrevendo o período de forte conflito interno pelo qual ele passou.
  

   Universidades - Instituições que tiveram seu início durante o Medievo Cristão, tomaram o lugar que era exclusivo de escolas cristãs e mosteiros onde as aulas eram ministradas por freiras e monges. O termo que se referia primeiramente à associações exclusivas de professores-alunos foi, durante o século XIV, amplamente divulgado e relativamente alterado.

Universidade de Wittenberg
   Lutero foi enviado em 1508 por Johann von Staupitz à Universidade de Wittenberg com o objetivo de lecionar. Em apenas 4 anos ele recebeu seu doutorado em Teologia e vários bacharelados que lhe renderam a posição de "Doutor em Bíblia", posição exercida por toda sua vida.


   Igrejas - Entre os séculos XI e XIV ocorreu uma vasta difusão de tal estrutura pela Europa Ocidental, além de ser um local para preces e moradia dos devotos (igrejas monásticas) as igrejas medievais também serviam à população de várias maneiras.

Igreja da cidade - Wittenberg
   Duas catedrais se destacam na vida de Martinho Lutero, a primeira sendo a igreja da cidade de Wittenberg onde Lutero pregou por vários anos de sua vida e como mencionado anteriormente se casou e batizou suas crianças, a segunda sendo a "Schlosskirche" (Igreja do Castelo) onde ele postou suas publicação "As 95 Teses", documento responsável por incitar a revolta protestante. O funeral e enterro de Lutero ocorreram na Igreja do Castelo mesmo não sendo a mais frequentada por ele.

  
   Castelo de Wartburg - Fundado em 1067 pelo Duque Ludwig da Thuringia, castelo onde Lutero se escondeu após a Dieta de Worms sob o nome de "Cavaleiro George" e onde se dedicou à tradução do Novo Testamento (1521). Um dos períodos mais negros de sua vida se passa aqui, ele mesmo disse que "lutou contra o Diabo usando tinta", referenciando seus momentos de profunda depressão.
   De acordo com a fonte de pesquisa o castelo apresenta características de arquitetura romanesca, gótica e renascentista.

Castelo de Wartburg



Fontes:
Filme "Lutero" de 2003, dirigido por Eric Till.
http://en.wikipedia.org/wiki/Martin_Luther
http://en.wikipedia.org/wiki/Medieval_university
https://en.wikipedia.org/wiki/Byzantine_Revival_architecture#German_countries
http://en.wikipedia.org/wiki/Architecture_of_Germany
http://en.wikipedia.org/wiki/Church
http://en.wikipedia.org/wiki/Ottonian_architecture
http://en.wikipedia.org/wiki/Carolingian_architecture
http://www.ccel.org/ccel/luther
http://www.sacred-destinations.com/germany/wittenberg
http://www.sacred-destinations.com/germany/wittenberg-city-church
http://www.sacred-destinations.com/germany/wittenberg-castle-church
http://www.sacred-destinations.com/germany/wartburg-castle
http://www.imdb.com/title/tt0309820/locations (locações da filmagem)


(Todas as imagens presentes na postagem foram retiradas do filme)

segunda-feira, 25 de março de 2013

Arquitetura doméstica na África Romana IV



OUTRAS PARTES DA MORADIA


QUARTOS
 Os dormitórios se tratam de um dos espaços mais fechados da casa. A Corbin diz que o quarto é um templo da vida privada, espaço de intimidade construído como abismo no centro da esfera doméstica. É fácil notar a conotação sexual do local e por ser o lugar mais íntimo dos casais, é o lugar onde se transgride da forma mais violenta a moral dominante, o lugar de adultério, de incesto, de união fora do comum, cuja abertura a estranhos simboliza um deboche.
 A riqueza e a complexidade da arquitetura doméstica expressam-se com a presença de pessoas externas. O hábito de acolher viajantes, conhecidos e amigos obriga as casas nobres a dispor de quartos de hospedes.

CASAS DE BANHO
            Todos as cidades da África são equipadas de banhos públicos que ocupam um grande lugar na vida cotidiana dos habitantes e que compõem o quadro de atividades físicas e intelectuais. Era um lugar onde podia se obter diversas formas de sociabilidade.
            Verifica-se uma evolução e ao lado desses vastos monumentos  tendem a multiplicar-se as pequenas termas de bairro, que são mais acessíveis e adequadas a banhos mais rápidos.Depois da reuniões entre amigos, todos se dirigiam aos banhos mas ao invés de irem as grandes termas, procuravam os estabelecimentos menores de modo a protger o pudor de cada um.
          Com essa evolução na noção de pudor, vamos ver as termas privadas agora dentro das grandes residências. Esse fenômeno de privatização do banho marca a afirmação de um novo pudor, de uma nova relação com os ruídos e os odores corporais.








Patrícia Souza

segunda-feira, 18 de março de 2013

Arquitetura doméstica na África Romana III




 Salas de recepção a historia em seu uso privado

           


       As salas de recepção eram locais onde representavam um pedaço muito importante, elas representavam o luxo e refletiam a nobreza e riqueza de seu dono e sua família.
            Divididas e três vãos chamados de triclínio. As salas de refeições eram os aposentos mais vastos e luxuosos seus cerimoniais permitiam que o anfitrião manifesta-se sua fortuna e principio de vida, o triclínio é o lugar da casa onde o dono elabora e exibe sua imagem distinta.
            Assim como na arquitetura o luxo tinha que ser manifestado nos alimentos contidos na mesa, na África, por exemplo, o luxo da mesa estava associado ao peixe, em varias residências africanas haviam peixes vivos em uma piscina.
            Nas salas de refeições também havia uma organização hierárquica que serviam também para assegurar a coesão da família e de grupos heterogênios, pois os escravos podiam aproveitar os restos da mesa. O lugar que se ocupava indicava seu nível social sendo o da direita no leito central à posição do dono da casa, os servos especializados distribuíam os demais lugares.
            A religião também fazia parte de suas refeições, pois havia orações antes e depois de suas refeições.
            Nesse mesmo local onde havia todas essas confraternizações também ocorriam muitas divergências, pois esse local onde os convívios se exibiam é o mesmo onde reinava as proibições.


            Além das salas de refeições havia outro lugar privilegiado em que o dono da casa presidia as reuniões as êxedras, situada geralmente no centro das residências, possuía dimensões inferiores a da sala de reunião, mas que se distingue dos outros aposentos pela relativa amplidão e pelo largo vão que as comunica com o exterior e pelo cuidado na decoração. Praticamente todas as moradas nobres africanas possuíam uma êxedra, sendo um local onde o dono da casa podia se recolher longe da agitação da residência, onde tratava de negócios ou recebia amigos. Era um local essencialmente destinado a atividades culturais isso era refletido em sua decoração que se referia muitas vezes a atividades intelectuais.
            Algumas casas possuíam locais especificamente destinados às praticas cerimoniais ligadas à relação de dependência chamada de basílica privada. Na basílica privada havia uma entrada autônoma ela ocupava o essencial do lote adquirido.
            








ass.: Átila Felipe Sales Arruda

Arquitetura doméstica na África Romana II

                                                
                                                    PERISTILOS


    Também conhecido como tetrastoon (tetrastohon/τετράστῳον; "quatro arcadas").Visto superficialmente seria apenas um jardim interno localizado no centro de residências da elite romana mas a aparência muitas vezes esconde a complexidade de tais espaços.

peristilo em Bulla Regia

    Pátios que apesar de recorrentes na arquitetura romana da época não seguiam um padrão rígido, um ponto curioso a ser observado. Variando muito em área alguns dos mais vastos chegavam a ocupar 600 metros quadrados (caso da residência dos Laberii em Uthinia). A presença de água e vegetação era comum, mais que comum na verdade, peristilos de alguma importância sempre apresentavam fontes e tanques com água e bastante vegetação mas isso não excluía a existência de peristilos feitos apenas com uma função utilitária em mente, estes apresentavam piso de terra batida, poços e respiradouros de cisternas, algumas vezes exibiam um mosaico no piso e gravuras nas paredes fortalecendo a arquitetura e assim resumindo a natureza presente à vasos de plantas bem posicionados. Fontes e tanques como falado previamente eram elementos presentes e de importância, alguns de forma semi-circular apresentavam orifícios em suas bordas supostamente utilizados como encaixe de hastes para o suporte de parreiras, o que fortalece ainda mais estudos que indicam a tendência do jogo água/vegetação na decoração. Água era um elemento tão importante que algumas construções chegavam ao extremo, na casa de Castório, por exemplo, 4 tanques acompanham a forma dos pórticos e uma piscina ocupa o centro limitando muito o espaço destinado a circulação de pessoas. Na casa da pesca, em Bulla, a grande área de 530 metros quadrados destinada ao peristilo é ocupada quase que por completo por água, apenas 270 metros quadrados restam como espaço para passeio. Essas áreas eram muito bem ornamentadas nas residências mais abastadas, novamente com a temática natureza em mente já que muitas possuíam gravuras de animais e vegetação em suas colunas e paredes, colunas que eram, por sinal, outro elemento recorrente, tanto é que o nome "quatro arcadas" deriva das colunatas que marcavam a arquitetura desses pátios.

Casa dei Vettii (antes)
Casa dei Vettii (depois)
    A parte mais interessante dos peristilos porém, não se limita a estética e sim a função. Vários estudos foram feitos a fim de descobrir o uso mais predominante para essas áreas mas uma resposta definitiva ainda não foi encontrada.  A hipótese mais aceita hoje em dia é a que classifica peristilos como uma área para acolher visitantes, alguns fatores como o tamanho da área, a decoração ostentosa e a conexão direta entre o peristilo e o vestíbulo fortalecem esta idéia, o que mantém uma impressão dúbia em relação ao uso é o fato de que vários peristilos dão acesso direto a aposentos e salas de refeição que seriam, no caso, áreas íntimas da domus. Um exemplo claro seria a casa de Netuno, em Acholla, cujo ângulo noroeste do peristilo é ocupado por vários ambientes que incluem 2 salas de refeições e pelo que tudo indica, 3 quartos. Outros fatores acrescentam à complexidade do peristilo, na "casa dos quatro pilares", em Banasa, se encontra um altar com a passagem voltada ao jardim, outros casos mostram altares e até pequenas salas de oração situadas abaixo de pórticos ou até mesmo diretamente no pátio fortalecendo ainda mais a importância do ambiente e a ambiguidade quanto ao seu propósito.


Getty museum, L.A


    "O desaparecimento das casas com peristilos marca o fim do mundo antigo e seu modo de vida" - Simon P. Ellis



                           (Villa Kerylos, projeto que procura recriar uma domus)


http://en.wikipedia.org/wiki/Peristyle
http://www.villa-kerylos.com/en/home 
http://it.wikipedia.org/wiki/Casa_dei_Vettii
            
Jimmy Nogueira

Arquitetura doméstica na África Romana I

DIVISÃO DA DOMUS


Geralmente as moradias têm mais do que um acesso, mas existe sempre uma entrada principal a qual faz a ligação do exterior com o interior.
Para um roubo, a porta de entrada é o maior obstáculo sendo esta vencida  o sucesso da missão. A porta preserva a propriedade assim como a moral.


A entrada da casa é um lugar complexo, é sempre pensada a parte pelo construtor, pois ela deve ressaltar a importância do local e indicar a situação de riqueza do proprietário.
Entre as muitas entradas existentes, destacam-se duas: uma mais estreita para o uso diário dos moradores, e uma mais imponente e maior, que é utilizada quando o proprietário recebe outras pessoas, como em uma festa.
Após a entrada principal encontramos o vestíbulo que é um espaço de transição, que nos dará acesso aos aposentos. Nas casas ricas o vestíbulo de entrada é uma das maiores partes.
O vestíbulo se abre para o peristilo por um vão triplo, gerando três entradas. O vestíbulo central dá acesso a uma sala central, os dois vestíbulos laterais são como anexos do aposento central. Eles agregam tanques descobertos e se reduzem a uma área de passeio que permitem o acesso aos aposentos das extremidades. Essa simetria composta pelos vestíbulos se estende por todo o edifício.



LOCAIS PARA ATIVIDADES ECONÔMICAS NA DOMUS
A moradia integrada a uma loja pode ocorrer de duas formas: a família do proprietário mora na loja que uma vez fechada se transforma em moradia, ou a loja se distribui pelo vestíbulo funcionando de modo autônoma, tendo como entrada a entrada principal da casa, mas mantendo a privacidade da entrada menor.

PARTES LOCATIVAS DA DOMUS
A existência de aposentos independentes para serem alugados fica visível com a presença de escadas ligadas diretamente a rua.
A casa só alcança a rua por intermédio do vestíbulo, espécie de antena cercada de aposentos. Quando há aposentos destinados a locação o corredor do andar superior, não tem acesso ao pátio do peristilo a não ser por estreitas e altas janelas, preservando a intimidade de onde residiria a famíla do proprietário.











Patrícia Alves Souza

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Antes da escrita...




Olhando o blog (http://marquinadotempo.blogspot.com.br/) o qual apresenta algumas postagens a cerca do tema Pré-história, sentimos a necessidade de comentar sobre a importância do pioneirismo de certas técnicas construtivas ligadas a essa fase da arquitetura.


A pré-história pode trazer muitas contribuições para o estudo da historia da arquitetura, pois com o seu estudo é possível diagnosticar, identificar, as necessidades mais primitivas do homem, que o motivou a construir e desenvolver o seu próprio espaço. Podemos citar a segurança como fator primordial, além de posteriormente surgirem outros fatores como a religiosidade e a coletividade.  
É interessante ressaltar, que junto com a evolução social e biológica temos uma aprimoração das técnicas e tecnologias.
Esse tema foi muito bem apresentado na exposição da equipe do blog já citado, dando destaque a sua interação com os ouvintes instigando-os a uma necessidade de compreensão melhor do tema.










Átila Felipe Sales Arruda
Patrícia Alves Souza

Casternou, Antonio


ARQUITETURA VERNÁCULA
É uma arquitetura “sem arquitetos”, ou seja, que não é feita por profissionais, mas por pessoas comuns. Os ambientes são projetados e executados de modo a atenderem as necessidades humanas, e conforme os recursos disponíveis para a construção.
A palavra vernáculo desde a antiguidade é usada para designar tudo aquilo que é próprio de um país ou uma nação.  Assim, a arquitetura vernácula refere-se a uma arquitetura local, onde a técnica construtiva e a divisão de espaço são aspectos e tradição de determinada cultura.
Por cada lugar ter uma cultura e clima próprio e o tempo ser uma marca de constante mudança, fica difícil a compreensão do que seria de fato a Arquitetura Vernácula , por esse motivo Antonio Casternou divide  essa arquitetura em 5 classes:

Arquitetura Primitiva;
Arquitetura Regional, Iletrada ou Anônima;
Arquitetura Colonial;
Arquitetura Espontânea ;
Arquitetura Popular.


ARQUITETURA PRIMITIVA
É uma designação da arquitetura vernácula, geralmente derivada de intelectos considerados rudimentares e simples, como os de indígenas ou selvagens, em comunidades onde não existe uma divisão social de trabalho.
Consiste em projetos executados pela própria comunidade e usufruídos por ela mesma, aplicando os conhecimentos disponíveis, transmitidos por gerações; e utilizando como material de construção os recursos que o próprio meio oferece como: gelo, palha, pele animal, ossos e galhos de árvores...


ARQUITETURA ERUDITA
É a arquitetura que obedece às normas e padrões estabelecidos nas Escolas de Belas-Artes ou de Arquitetura, onde participa o arquiteto profissional, justamente o oposto da arquitetura vernácula. E esta arquitetura é tida como a oficial, por ser uma prática realizada por arquitetos e engenheiros diplomados. 













Patrícia Alves Souza


Arquitetura Atemporal

   Monumentos históricos tem valor imenso para a sociedade, um cidadão do século XXI deveria ser capaz de notar isso e respeitar tudo que o monumento viveu, apreciar os vestígios de uma época que se foi e um pouco da cultura de um povo que não existe mais mas que ficaram impressos na estrutura. Eles preservam uma beleza rara que não presente nas construções de hoje e isso cria um contraste importante na arquitetura de um lugar sem falar que a preservação de tais monumentos sai mais em conta do que demolí-los e usar o espaço pra outro fim.
   O antigo e o novo podem coexistir tranquilamente apesar de uma óbvia distinção entre ambos, mais que isso na verdade, entender o passado é entender o presente e nada melhor que uma estrutura sólida pra criar esse vínculo.


                                                                                                  Jimmy Nogueira

Caminhadas pela Cidade


O ato de observar a cidade serve de fonte inspiração e entretenimento para os mais atentos, o comportamento de transeuntes em determinados lugares pode ser de grande utilidade para um arquiteto já que dá dicas do porque uma pessoa vai a um determinado local, o que ela procura e como ela se relaciona com o ambiente em volta. Isso pode ser aplicado com grande eficiência em um projeto. Podemos considerar também detalhes da própria área: qual o conforto proporcionado por tal lugar, que tipo de segurança ela me traz, que tipo de pessoa frequenta tal lugar, qual é o período mais movimentado e o porque de tal movimento. Isso tudo seria uma análise mais racional e objetiva de um percurso.
De uma perspectiva emocional e sensorial temos outros pontos a destacar, uma caminhada é capaz de despertar sentidos adormecidos, a conexão com o ambiente seja ele o campo ou a cidade pode resultar em uma forma ou estética específica na obra de um arquiteto, o ambiente e nossas vivências nos influencia de forma subliminar e são, mesmo que de forma sutil, refletidos em nossas criações.



                                                                                                                     

                                                                                                                                                                                                                         Jimmy Nogueira


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Os cinco sentidos



A arquitetura, como qualquer outra manifestação de arte, como pinturas ou músicas, tem que ser vista e observada de um modo único em cada pessoa. Tem que despertar a atenção, aguçar os sentidos e passar emoção. Ser arquiteto não é só projetar casas e edifícios, mas pôr em prática o sonho de muitas pessoas.
Baseado nos texto sobre o espaço e os cinco sentidos, sabemos que o espaço pode ser compreendido de muitas formas. O personagem Marcovaldo nos mostra um olhar diferenciado dos demais no espaço em que ele se encontrava, pois ele reparava nas coisas mínimas e conseguia perceber beleza naquele cenário pós-guerra, ele via aquilo o que ele queria ver e não o que realmente aquilo demonstrava ser.
Esse personagem nos passa a ideia da imaginação, de uma pessoa que se encontra numa situação totalmente trágica mas que, para ele, havia um algo a mais, e aquilo despertou os sentidos e os sentimentos mesmo em frente à destruição.

















Átila Felipe Sales Arruda

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Análise arquitetônica e cultural das cidades mulçumanas

As cidades árabes conservam uma estrutura básica das cidades do mundo antigo, sendo apenas mais simplificada. Elas mantêm os elementos de construção que são casas, palácios e alguns edifícios públicos, como por exemplo, os espaços de banho que é uma influencia dos romanos, que tinham as termas antigas como lugar público para as pessoas se higienizarem .



A porta de entrada da cidade é quase sempre um edifício monumental, com uma porta externa, um ou mais pátios intermediários e uma porta interna. A partir dessa porta interna, começa as ruas, onde não é possível o encontro e a parada. Esse impedimento se dá por causa do novo sistema de cultura imposto pela religião, o qual produz uma redução das relações sociais, tendo todas as diretrizes a serem seguidas, escrita no alcorão.




As ruas são estreitas formando labirintos e por muitas vezes cobertas, o que não permite uma visão do entorno, impedindo também a orientação por pontos verticais. A cidade é envolta por muitos muros, sendo sua parte mais interna conhecida como Medina. E sua área de comércio, que são ruas alinhadas conhecida como bazar.


Como toda sua criação, sua divisão também é feita levando em conta a religião. De modo que cada grupo étnico religioso tem um bairro distinto. A religião proíbe também a representação da forma humana, por este fato, não se encontra artes figurativas como esculturas e pinturas como havia na antiguidade. 
A decoração é sempre abstrata, composta por figuras geométricas e sinais de escrita.



As cidades árabes, já foram consideradas as maiores e mais ricas do mundo, e foi por longo tempo, o primeiro centro do comercio e da cultura mundial.

Patrícia Alves Souza
(Fonte - História das Cidades, Benevolo, Leonardo)

Mesquitas






                                       MESQUITAS - HISTÓRIA

  Mesquitas são geralmente associadas com torres altas e grandes portais mas a história mostra que nem sempre foi assim. As primeiras eram estruturas simples, o avanço do império muçulmano pela Europa e Ásia teve como resultado a adaptação e absorção de várias outras culturas pela cultura muçulmana, resultando no padrão das construções que vemos hoje.
  
mesquita de kairouan
   A grande mesquita de Kairouan é uma dos mais antigos templos que continua em atividade, é também um exemplo da antiga arquitetura das mesquitas e serviu de modelo pra várias construções ao redor do mundo, principalmente no norte da África.

mesquita de xi'an

   A fusão das culturas locais com a recém-chegada cultura islâmica fica evidente nas mesquitas do oeste europeu, particularmente nas localizadas na Sicília e Espanha; elas não refletem a arquitetura visigoda mas sim uma mistura dela com a arquitetura moura, um exemplo disso são os arcos em forma de "ferradura". Já no leste da China ocorre um fenômeno particular, as estruturas lá feitas não copiam em quase nada a mesquita tradicional, em vez disso temos exemplos de arquitetura chinesa tradicional tendo como diferença apenas a coloração dos telhados (verde para templos islâmicos e amarelo para templos budistas). Na China ocidental temos uma forma adaptada da mesquita clássica que incorpora elementos como minaretes e abóbadas em sua estrutura.


                                 MESQUITAS - ARQUITETURA

   As mesquitas mais antigas são do tipo hipostilo, grandes vãos cheios de colunas que sustentam grandes vigas de pedra que cobrem as salas, esses templos possuem forma retangular com pátios fechados para abrigar a grande quantidade de pessoas que frequentavam o lugar. Um exemplo seria a Catedral de Córdova que tem mais de 850 colunas como suporte

catedral de córdova
 
iwan
   Foi na Pérsia (Irã) que surgiram as primeiras variações no design de mesquitas, elas incorporavam a vasta cultura arquitetônica persa com elementos como abóbadas e grandes arcos que serviam como entrada chamados iwan. O iwan é uma estrutura que ganhou muito destaque nos templos, eram basicamente salões com teto alto e 3 paredes que davam para o pátio da mesquita, eles foram por muito tempo considerados a parte principal do templo já que seriam, supostamente, portais para o mundo espiritual.

cúpula
   No século XV o império otomano introduziu as cúpulas centrais que ficariam marcadas como elementos tradicionais na arquitetura das mesquitas. Essas estruturas foram influenciadas pela arquitetura religiosa bizantina onde representavam o céu e o paraíso e ficavam na grande maioria das vezes acima da sala de oração, porém não exclusivamente. Outra estrutura muito popular são os minaretes, torres delgadas e altas geralmente situada nos cantos das mesquitas, o topo delas é sempre o ponto mais alto de toda a construção como também de toda a área imediata. O primeiro minarete foi construído em 665 na cidade de Basra e tinha como principal objetivo rivalizar com as torres das igrejas cristãs e por isso acabaram tendo o mesmo propósito: chamar os fiéis para o culto.
mihrab
minaretes
                                                                                       

















                                                                                               Jimmy Nogueira   

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Cidades Mulçumanas




Quando nos falamos sobre as cidades mulçumanas em seus primórdios vamos levar em consideração principalmente a sua cultura religiosa, pois a fundação destas áreas urbanas sofrem mutações visuais impactantes de vido a essa relação.
                É notório que seu traçado urbano é totalmente irregular de forma radial, tendo como objeto centralizador seus templos religiosos. Suas ruas estreitas e tortuosas (sete pés, diz a regra de Maomé) levam a cada curva uma surpresa visual distinta para seus transeuntes, se tornando uma cidade nova a cada passo.
                Apesar de existirem diferentes tipos de zonas, a cidade apresenta um aspecto unificador ela é observada apenas como um conjunto dificultando a possibilidade de seu leitor segregá-la em bairros.
                Seus espaços públicos foram retirados em sua maioria, pois sua população não mais sente a necessidade de utilizar esses equipamentos, existindo assim apenas dois espaços públicos, os banhos (que servem para as necessidades do corpo) e as mesquitas (que servem para cultos religiosos).
                 O comercio não se concentra em um único ponto na cidade ele se dispersa por entre as ruas e criam uma intensa dinâmica por toda a cidade.
                A história das cidades esta intimamente ligada à cultura de seu povo, e até hoje é presente com muita convicção em certas partes do globo.
                         




Ass.: Átila Felipe Sales Arruda
(Fonte – Historia das cidades, Benevolo, Leonardo).